O câncer colorretal está se tornando cada vez mais comum entre jovens, conforme destacado por um artigo recente de Knvul Sheikh no The New York Times (27 de março de 2024). Segundo o estudo da American Cancer Society, a taxa de câncer colorretal entre pessoas de 20 a 40 anos vem aumentando em cerca de 2% ao ano desde a década de 1990, enquanto a incidência em pessoas acima de 65 anos diminuiu. Este tipo de câncer já é a principal causa de morte por câncer em homens com menos de 50 anos e a segunda em mulheres na mesma faixa etária nos Estados Unidos.
Diversos fatores são discutidos como possíveis causas para esse aumento. Embora predisposições genéticas possam ser um fator importante, mudanças no estilo de vida e dieta, como o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas, e uma diminuição da atividade física, também têm sido associados ao risco elevado. No entanto, essas causas por si só não explicam completamente o aumento entre jovens, já que muitos pacientes nessa faixa etária não se encaixam nos perfis de risco tradicionais, como obesidade e sedentarismo.
Pesquisadores estão explorando outras possibilidades, como o impacto de desequilíbrios na microbiota intestinal, o uso prolongado de antibióticos, anti-inflamatórios e até mesmo a exposição a substâncias químicas tóxicas no ambiente, como os PFAS, conhecidos como “químicos eternos”. Além disso, disparidades geográficas e raciais também foram identificadas: nos EUA, por exemplo, as taxas de câncer colorretal são mais altas em regiões como o Mississippi e os Apalaches, onde há maior exposição ocupacional a metais pesados e outros elementos cancerígenos.
A história de Marisa Peters, relatada no artigo, ilustra como o diagnóstico precoce pode salvar vidas. Após anos com sintomas negligenciados, como sangramento e alterações intestinais, Peters finalmente foi diagnosticada com câncer colorretal. Ela agora incentiva sua família e outras pessoas a realizarem exames preventivos, como a colonoscopia, especialmente se houver histórico familiar de câncer.
Este artigo serve de alerta sobre a importância da conscientização e do diagnóstico precoce, especialmente à medida que gerações mais jovens enfrentam riscos elevados de câncer colorretal. Enquanto novos métodos de teste, incluindo exames de DNA fecal e de sangue, estão em desenvolvimento, a colonoscopia permanece o padrão ouro para detecção e remoção de pólipos.
Referência: Sheikh, K. (2024). More Young People Than Ever Will Get Colorectal Cancer This Year. The New York Times.